fbpx
ícone relógio19/07/2022 |

Fique no momento presente!

Proponho que faça um exercício. Feche os olhos e pense naquela discussão que foi tão intensa que chegou a temer pela sua integridade. Note quais são os pensamentos que lhe ocorrem e como se sente. Eventualmente vai pensar coisas como “eu devia ter dito…”, “se eu tivesse…”, “para a próxima eu….” e muito provavelmente o seu corpo vai ficar mais tenso, a sua respiração mais ofegante, o seu coração pode até acelerar ligeiramente, pode sentir um nó no estômago ou um aperto na garganta. Na verdade, não há nada que possa fazer para alterar aquela discussão: já não está lá!. O simples reviver desse momento leva a um conjunto de pensamentos, que desencadeiam emoções (raiva, zanga, medo) que potenciam respostas fisiológicas desagradáveis.

E se eu lhe disser, que muitas vezes andamos neste estado (enrolados no passado, ou no futuro) sem nos darmos conta, e por isso andamos tensos, sem perceber o porquê. É o chamado piloto automático! Quantas vezes já lhe aconteceu ir de casa para o trabalho e no momento em que se senta à secretária, não faz ideia do percurso, nem onde estava a sua cabeça – não estava presente (estava perdido em pensamentos acerca do futuro ou do passado).

Meditar, recorrendo ao mindfulness, é uma boa forma de treinar o seu foco no momento presente, e é por isso que pode ajudar a gerir a ansiedade (provocada por pensamentos genericamente negativos e catastróficos acerca de situações que podem acontecer no futuro, mas que na realidade não aconteceram, e não sabemos se vão acontecer, e, portanto, podemos evitar todo o desconforto que pensar nelas nos pode trazer).

Uma aplicação que gosto particularmente é a página da Inspire no Insight Timer https://insighttimer.com/inspire, onde são disponibilizadas algumas práticas desenvolvidas especificamente a pensar na ansiedade, nomeadamente algumas estratégias SOS.

Note-se que por um lado nem todas as pessoas se identificam com esta prática e por outro pode acontecer que se existir um estado de ansiedade muito intenso, com pouca capacidade de regulação emocional, esta prática pode desencadear frustração e/ou hipervigilância corporal e reforço dos sintomas. Não se esqueça que cada um de nós é único e o seu processo de recuperação deve ser específico e adaptado.

PODE TAMBÉM GOSTAR