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ícone relógio24/07/2022 |

Os livros de autoajuda, ajudam?

Depende. Há alguma evidência de que a leitura de livros de autoajuda, focados em determinados temas, tende a ser útil para pessoas com problemas específicos, em determinadas circunstâncias (Bergsma, 2008), embora não se encontre na literatura artigos que confirmem a sua eficácia no tratamento de transtornos psicológicos. A verdade é que as consequências positivas e negativas deste tipo de autoajuda são um assunto negligenciado na psicologia académica, o que é uma pena porque eventualmente são um excelente canal para fazer chegar alguma literacia em psicologia à população em geral.

É preciso não perder de vista que a saúde mental é um continuum, e que o que diferencia o normal do patológico é muitas vezes a frequência e intensidade dos sintomas, e é em função disso que deve definir-se qual a ajuda necessária.

Se tem sintomas ligeiros, de baixa intensidade e pouco frequentes, há várias estratégias que podem ajudar a melhorar: uma alimentação cuidada, exercício físico regular, uma boa higiene do sono, uma boa conversa com um amigo e até um livro de autoajuda, desde que escolhido rigor – autores qualificados na área, fontes de informação credíveis e validada por pares.

Se os seus sintomas são intensos, se provocam um mal-estar persistente ou se têm um impacto negativo no funcionamento social, profissional e ocupacional, então comprar um livro de autoajuda é não só deitar dinheiro à rua, como pode estar a contribuir para piorar a sua saúde mental. Nessa situação deve optar por consultas de psicologia regulares, com um profissional credenciado e, caso seja necessário, tomar medicação, receitada pelo médico psiquiatra, além de outras estratégias que, definidas em conjunto com os profissionais de saúde, se considerem importantes para repor o seu bem-estar.

Uma coisa é certa: os livros de autoajuda, não substituiem a intervenção psicológica, proporcionada por um profissional de saúde qualificado, seja um psicólogo ou psiquiatra, já que uma das maiores razões pelas quais adoecemos mentalmente é por falta de conhecimentos sobre nós próprios, que nos faz recorrer, sem nos darmos conta, a um conjunto de estratégias desadequadas, para lidarmos com a realidade. Reconhecer isso e encontrar recursos mais adaptativos só é possível com psicoterapia.

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